Pedalada ecológica permite ciclistas conhecerem o berço das águas
Ciclistas visitaram parte da unidade de conservação conhecida pelo fenômeno de Águas Emendas, que dá origem a duas grandes bacias hidrografias do Brasil.
Sob a coordenação da Diretoria de Educação Ambiental da Estação Ecológica de Águas Emendadas-ESECAE, o grupo de ciclismo, Pedala Planaltina e convidados adeptos da modalidade de ciclismo Montain Bike (MTB), participaram de uma pedalada ecológica no último sábado (09/12) para conhecerem a unidade de conservação e aprenderem sobre a importância da preservação da natureza, e principalmente o que fazer para garantir a existência do elemento essencial à vida: a água.
Hoje o Distrito Federal sofre com racionamento do fornecimento de água por conta da escassez hídrica, devido à ação humana, que um lado promove a retirada do cerrado para produção agrícola em larga escala como: soja, milho, feijão sorgo e outros, e do outro, com adensamento urbano e a ocupação desordenada do solo, invadindo e degradando leitos e nascentes de mananciais que deveriam ser preservados para a garantia dos recursos hídricos, tanto nas regiões do Planalto Central, como nas demais regiões quer recebem as águas que aqui brotam.
Cerrado, a grande caixa d’água do Brasil – Por meio de uma dinâmica de grupo, a professora responsável pela educação ambiental da ESECAE, Muna Ahmad Yousef mostrou a importância da relação do ser humano com o meio ambiente. Antes do contato direto com a natureza, os ciclistas compreenderam como se comportar quando imersos à mata, especialmente quado próximas de nascentes, mantendo também uma relação de respeito mútuo com os demais seres vivos. Segundo a educadora, o sentimento de pertencimento é fundamental para conscientização. “Vocês ciclistas são bons usuários da natureza, aqui reforçamos esse sentimento porque na natureza tudo está conectado, nenhum ser vivo está totalmente separado um do outro, todos dependem do meio ambiente, comum e necessário a todos”, explicou a educadora.
Na ocasião, a professora Muna também apresentou aos bikers um breve histórico da Estação Ecológica criada em 1968, o seu papel na preservação da fauna e flora e ainda a importância do fenômeno que distribui a partir da mesma nascente, águas para bacias hidrográficas de duas regiões do Brasil.
“Vocês ciclistas são bons usuários da Natureza” Muna Yousef.
Um reencontro no Atlântico – o fenômeno conhecido como Águas Emendadas desperta curiosidades no âmbito da geografia e da física. A água que nasce na Estação parte em direções opostas e se reencontram no Oceano Atlântico. Ao Sul, o curso d’água segue pelas veredas até se encontrar com as águas da Lagoa Mestre D’armas, o maior lago natural de Brasília, e daí segue pelos rios São Bartolomeu, Corumbá e Paraná, até chegar à Bacia Platina, desaguando em mares argentinos e uruguaios. Ao norte, as águas da mesma nascente seguem outras veredas e formam novos rios até chegar à bacia do Tocantins-Araguaia, de onde partem paro o encontro com o Rio Amazonas e segue até a sua foz no Atlântico Norte do Brasil, onde acontece o fenômeno das pororocas.
Preservar dá pedal – O evento que chamou os praticantes de MTB para a conscientização ambiental foi positivo ao revelar demonstração de gratidão da galera do pedal. Estes levaram para casa novas visões e podem contribuir ainda mais para o meio ambiente. “O melhor fiscal da natureza é a nossa consciência, que deve acontecer sob a lógica de preservar para nós e para os próximos que virão,” avaliou o ciclista Edvaldo Lázaro.
Iniciada há alguns meses, as atividades envolvendo ciclistas com a natureza já traz bons resultados, o que certamente deve continuar. “Todos nós podemos ser mais que ciclistas, se já é boa a prática do pedal pelo contato com a natureza e pela convivência entre nós, podemos melhorar ainda mais com boas ações, ajudando pessoas e o meio onde vivemos”, finalizou o coordenador da pedalada ecológica, Eduardo (Vasco) Guimarães.